Reduzir os impactos da seca sobre o seu rebanho é possível. Você só precisa utilizar as estratégias certas!

A seca já começou a dar as caras: as chuvas torrenciais se tornaram raras e as noites estão, a cada dia, se tornando mais longas. A essa altura, o pasto já sementeou. Sem chuvas e com menos horas de sol, o capim começa a morrer. Esse é o ciclo inevitável ao qual quem trabalha com o campo está sujeito. Mas, existe alguma forma de evitar perdas nesse período? A resposta é sim e você vai descobrir como agora!
Os gastos com alimentação animal podem representar 70 a 80% dentro dos sistemas de recria a pasto. O impacto no bolso é grande, quer ver só?
Imagine que, a depender da região, grau de tecnificação e manejos empregados, para produzir uma @ a pasto tenha sido necessário investir R$150,00 a 250,00. Para produzir 7@ foi necessário, então, investir, no mínimo, R$ 1.050,00. Considerando que estamos falando de 100 animais, o custo passa a ser de R$105.000,00. Desse valor, no mínimo R$ 73.500 (70%) foi decorrente apenas da alimentação (e sim, o pasto entra nessa conta).
Sendo assim, para encurtar essa fase e evitar o famoso “boi sanfona” é justo – e necessário – que adotemos as estratégias certas de alimentação para que a conta feche no final e possamos garantir a permanência no mercado. Uma delas é o emprego de ureia na alimentação.
Algumas pessoas ainda têm muito receio desse ingrediente, mas a ureia é uma fonte não proteica rica em nitrogênio que é utilizada como um “combustível” pelas bactérias ruminais, o que resulta em um melhor aproveitamento da forragem ingerida, potencializa o metabolismo de carboidratos e proteínas provenientes da fibra e, consequentemente, contribui para a manutenção do peso animal especialmente nessa época do ano em que o valor nutricional e digestibilidade das pastagens tende a ser reduzido e os níveis de proteína passam a ser limitantes. Com isso, o que esperamos não pode ser diferente de decréscimo no desempenho animal, aumento na idade de abate, queda na taxa de desfrute do rebanho e na lucratividade final da propriedade, além do comprometimento da qualidade das carcaças produzidas (SOUSA, 2008)¹.
Um trabalho publicado em 2010 que comparou diferentes níveis de ureia na alimentação de novilhas mestiças a pasto no período da seca (MENDONÇA et al., 2010)² já ressaltava o impacto significativo que a ureia pode desempenhar na suplementação de bovinos a pasto na seca. Hoje, mais de 10 anos depois, muitos produtores já comprovaram os benefícios da ureia na suplementação. Insistir em resistir não deve ser uma opção. Mas, e os riscos de intoxicação?
É importante dizermos que a ureia em si não é tóxica para os bovinos, mas o consumo elevado dela em um curto espaço de tempo promove em aumento significativo na produção de amônia, que essa sim, quando em altas quantidades no sangue, é tóxica.
Por isso, é importante tomarmos os cuidados a seguir se quisermos prevenir a ocorrência desse problema:
- Adaptação gradativa ao consumo de 2 a 3 semanas;
- Fornecimento contínuo;
- Fracionar a oferta;
- Garantir uniformidade da mistura;
- Não ofertar ureia na falta de forragem;
- Não fornecer a bezerros;
- Não fornecer via água;
- Disponibilizar o suplemento em cochos cobertos e com dreno (a suplementação em formato de bloco permite que não seja necessário o uso de cochos cobertos, já que a água bate e escorre pelo suplemento sem risco de causar intoxicação);
- Ter fonte de água próxima;
- Observar o consumo e comportamento dos animais.
Na seca, com o manejo certo, a ureia deixa de ser sua inimiga e passa a ser sua maior aliada. Ficou interessado? Fale com a nossa equipe e descubra quais são os melhores produtos indicados nessa época para o seu rebanho.
Escrito por Ana Clara Galvão Rodrigues
Referências:
- SOUZA, A. A. Suplementação de bovinos durante o período de transição. Proteico ou energético? Consultor, Campo Grande. MS, 2008.
- MENDONÇA, B. P. C. et al. Levels of mineral mixture and urea in supplementation of crossbred heifers, with Gyr predominance, reared at pasture during the dry season. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 39, n. 10, p. 2273–2280, out. 2010.
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